Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Como a farinha de banana verde pode prevenir ou controlar o diabetes tipo 2?

Farinha de banana verde

Autoras: Nathália Magalhães e Luiza Mayor


Descrição: A farinha de banana verde é um alimento funcional, cujo principal componente é o amido resistente, o qual é uma forma de carboidrato responsável pela maioria dos benefícios à saúde da farinha. É considerado uma fonte rica em minerais, não contém glúten e gorduras totais. Além disso, em relação à banana madura, possui menos calorias e carboidratos e maior quantidade de fibras.
Fundamentos bromatológicos: O principal componente da farinha de banana verde é o amido resistente. Atualmente, amido resistente é definido como "a soma do amido e dos produtos de sua degradação que não são absorvidos no intestino delgado de indivíduos saudáveis." Ou seja, o amido é a fração que não fornecerá glicose ao organismo, mas que será fermentada no intestino grosso, produzindo ácidos graxos de cadeia curta. Desta forma, pode-se dizer que os efeitos fisiológicos do amido resistente são comparáveis aos da fibra alimentar. Além disso, o amido resistente é o grande responsável pelos benefícios da farinha de banana verde no tratamento de diabetes tipo 2. Por se tratar de um carboidrato resistente às enzimas digestivas, o amido é digerido no intestino grosso, evitando picos glicêmicos. Dessa forma, a quantidade circulante de glicose no sangue diminui e inibe a liberação excessiva de insulina, contribuindo para a prevenção do desenvolvimento do diabetes tipo 2 ou o controle da doença. Outra característica interessante é a baixa quantidade de sacarose que também contribui para controlar a curva glicêmica. Sugere-se uma ingestão diária de até 2 colheres de sopa por dia, equivalente a 30 gramas de farinha.

Tabela nutricional - Porção de 45 g (3 colheres de sopa)

Quantidade por porção %VD
Valor calórico 140 kcal 7
Carboidratos 33g 11
Proteínas 1g 1
Fibra alimentar 4g 16
Sódio 40mg 2
Potássio 250mg 12
Magnésio 16mg 6
Ferro 0,7mg 5
Cobre 50mg 6
Manganês 0,2mg 9

Retirado da referência 4.

Legislação: A farinha de banana verde é uma farinha não convencional, portanto, não existe uma legislação específica para esse tipo de farinha. Entretanto, pode ser considerada um alimento funcional, segundo a Portaria nº 398 de 30 de abril de 1999, a qual define alimento funcional como alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde, produzindo efeitos metabólicos ou fisiológicos e ou benefícios à saúde, sendo seguro sem supervisão médica.

Discussão e conclusão: Além do tratamento e prevenção do diabetes tipo 2, devido seu alto teor de amido resistente, a farinha de banana verde também pode ser utilizada para o tratamento de outras patologias, como osteoporose, por favorecer a absorção de cálcio, e hipercolesterolemia, por tornar mais lenta a absorção de LDL. A farinha de banana verde, ainda, é capaz de causar outros benefícios à saúde como emagrecimento, uma vez que o amido resistente começa a ser digerido no intestino grosso, retardando o processo de digestão e aumentando o sentimento de saciedade, ganho de massa muscular, sendo o potássio o grande responsável por potencializar o movimento de contração e relaxamento dos músculos, e melhora do trânsito intestinal, devido à grande quantidade de fibras.

Referências:

1. WALTER, M. et al. Amido resistente: características físico-químicas, propriedades fisiológicas e metodologias de quantificação. Ciência Rural, 35(4), 974-980, 2005.
2. MANARINI, T. Os benefícios do amido resistente. Saúde Digital. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/alimentacao/os-beneficios-do-amido-resistente/>. Acesso em: 05 dez. 2017.
3. AUTOR DESCONHECIDO. Farinha de banana verde: benefícios. Quero Viver Bem. Disponível em: <http://www.queroviverbem.com.br/farinha-de-banana-verde-beneficios/>. Acesso em: 05 dez. 2017.
4. AUTOR DESCONHECIDO. Farinha de banana verde. Pholias. Disponível em: <http://www.pholias.com.br/project/farinha-de-banana-verde/>. Acesso em: 05 dez. 2017.
5. BRASIL. ANVISA. Portaria nº 938 de 30 de abril de 1999. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/1999/prt0398_30_04_1999.html>. Acesso em: 05 dez. 2017.



Um comentário:

  1. A variedade de propriedades apresentadas pela farinha de banana verde, faz dela um aliado importante no tratamento de alguns desordens metabólicas como as citadas nesse estudo. Do ponto de vista clínico, seria essencial a disseminação das propriedades desse alimento, assim como de tantos outros que auxiliam no mantimento da saúde e bem-estar da população. Atualmente, devido ao grande número de pessoas que apresentam distúrbios como a diabetes, existe uma necessidade de direcionar a produção de alimentos para esse público de forma que isso auxilie o tratamento de um paciente. Não apenas para pessoas com necessidades fisiológicas específicas, mas um público interessado em buscar mais saúde através da alimentação também seria atraído por esses produtos. Dessa forma, a indústria alimentícia tem diante de si uma grande oportunidade de gerar produtos inovadores que influenciará em um consumidor mais saudável. Infelizmente, algumas informações com relação à capacidade nutricional de alguns alimentos não são bem exploradas ou divulgadas, e, consequentemente, a população em geral não tem conhecimento de variadas fontes de saúde por meio do alimento. A farinha de banana verde certamente é um produto que tem grande potencial de consumo, o que certamente traria benefícios à saúde da população, da mesma forma que expandiria o comércio e industrialização de alimentos, e por isso ela pode e deve ser implementada de forma mais corriqueira em nossa fonte alimentar diária.

    Juliana Welbert

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