Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O mercado fitness e a moda do Whey Protein





          A Organização Mundial da Saúde recomenda uma ingestão de proteína de 10-15% do total de nutrientes ingeridos diariamente. Além disso, sugere que a atividade física é fundamental para o equilíbrio das energias e para o controle do peso. O número de pessoas preocupadas com a estética vem crescendo muito nos últimos anos e com isso cresce também o número de produtos com o objetivo de auxiliar estas pessoas a encontrar o chamado “corpo perfeito”. O Whey Protein é um desses produtos que se implantou no mercado fitness e faz parte da rotina da maior parte dessas pessoas. Mas será que todos os usuários do produto conhecem verdadeiramente o que estão ingerindo? Leia mais a seguir:

Introdução

          Com a rotina corrida que a maioria das pessoas vive na atualidade e com a pressão que a sociedade exerce, exigindo um estilo de vida saudável e um corpo perfeito, muitas pessoas vem buscando alternativas práticas e rápidas quando se trata de ganho de massa muscular. Neste contexto, os suplementos alimentares vêm ganhando um espaço muito grande no mercado.

          Suplementos alimentares são preparações destinadas a complementar a dieta e fornecer nutrientes, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos. Sendo assim, são usados com o objetivo de suplementar uma dieta saudável, mas nunca substituir uma refeição.

          Há vários tipos de suplementos alimentares disponíveis no mercado atual, sendo um dos mais famosos, os suplementos proteicos, usados, com o principal objetivo de ganho de massa muscular.

          O Whey Protein, suplemento alimentar proteico, muito famoso no mercado fitness é obtido durante o processo de produção de queijo que envolve ao fim a etapa de coagulação, restando um subproduto aquoso que reúne todas as substâncias solúveis do leite. Este soro pode, então, sofrer um processo de secagem, seguido remoção de lipídeos e outros materiais não proteicos, isolando-se, então, as proteínas do soro do leite, que dará origem ao famoso Whey Protein.
         
         

Fundamentos Bromatológicos

          Os peptídeos do soro bovino são principalmente beta-lactoglobulina (BLG), alfa-lactoalbumina (ALA), albumina do soro bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig's) e glico-macropeptídeos (GMP).
          A beta-lactoglobulina, representando 65% do teor de proteínas do soro, é o maior peptídeo do soro bovino e apresenta médio peso molecular, o que lhe garante uma característica de resistência à ação de ácidos e enzimas proteolíticas do estômago, sendo, então, absorvida principalmente no intestino delgado, sendo o peptídeo que apresenta maior teor de aminoácidos de cadeia ramificada, principalmente leucina. Já a alfa-lactoalbumina, representando 25% do teor de proteína do soro, sendo o segundo principal componente proteico do leite bovino e o principal componente proteico do leite humano, apresenta características que lhe garantem uma fácil e rápida absorção. Além disso, contém alto de triptofano, lisina, leucina, treonina e cistina.


Discussão e conclusão

          Segundo a RDC 18 de 27 de abril de 2010 os suplementos proteicos de atletas devem atender aos seguintes requisitos: deve conter, no mínimo, 10 g de proteína na porção e 50% do valor energético total proveniente das proteínas. No ano de 2005 a ANVISA definiu a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína para um adulto como 50g. Já, para pessoas que praticam atividade física regularmente, a IDR é de cerca de 1,2 - 1.7g/kg peso corporal. Ou seja, para uma pessoa de cerca de 60 kg, as suas necessidades diárias de proteína é entre 72 e 102 gramas.

          Fontes de proteína animal, incluindo, leite, peixe, carne bovina, frango e ovos, provem todos os aminoácidos essenciais em quantidade suficientes para suprir as doses diárias recomendadas de proteínas, inclusive de praticantes de atividade físicas. Por exemplo: um copo de leite fornece 12g de proteína, já um peito de frango de mais ou menos 150g, fornece 42g de proteínas, dois copos de arroz cozido fornecem 10g de proteína e um copo de cereal, 8g de proteína, totalizando os 72 gramas de proteínas aconselhadas para esportistas.


          Muitos usuários de Whey Protein imaginam estar consumindo algum tipo de proteína que possa substituir, ou ainda ser melhor do que a proteína animal, normalmente ingerida durante as refeições. Porém, O Whey Protein, nada mais é do que um subproduto da produção de queijos, reunindo as proteínas do soro do leite que possuem aminoácidos facilmente adquiridos durante a ingestão de carnes, leites, ovos e cereais, dispensando completamente a necessidade da suplementação proteica na rotina de uma pessoa com uma dieta balanceada, ainda que esta pessoa seja praticante de exercícios físicos regularmente.

Referências Bibliográficas

ANVISA, 2004. Regulamento técnico sobre ingestão diária recomendada de proteínas, vitaminas e minerais. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B8989-1-0%5D.PDF. Acesso em 03 agosto 2016.

ANVISA, 2010. RDC nº 18 27 de abril de 2010. Dispõe sobre alimentos para atletas.  Disponível em:  http://crn3.org.br/Areas/Admin/Content/upload/file-0711201565603.pdf. Acesso em 03 agosto 2016.


HARAGUCHI, F.K., ABREU, W. C. e PAULA, H. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Revista Nutri. v 19, n 04, Campinas, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000400007. Acesso em 03 agosto 2016.  

Suplementos de aminoácidos, 2008. Disponível em: http://www.alimentacaosaudavel.org/suplementos-aminoacidos.html. Acesso em 03 agosto 2016.



Aluna: Luana Karina de Mattos Martins

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