Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Rotulagem de alimentos transgênicos: Batata Pringles, você sabia que é um deles?

       O Brasil é o segundo país na produção de alimentos transgênicos. Esses alimentos estão disseminados por toda parte nas prateleiras dos supermercados, mas será que os consumidores estão cientes disso ?  Hoje em dia consumimos diversos alimentos que são fabricados a partir de ingrendientes e matéria-prima que foram geneticamente modificados para matar insetos ou serem resistentes aos agrotóxicos utilizados na plantação. Cientificamente não se tem um consenso sobre a segurança de alimentos transgênicos para o homem e o meio ambiente.                                                                                                


E mesmo assim diariamente os consumimos sem nem ter conhecimento desses ingredientes. A batata Pringles é um desses alimentos, que utiliza um ingrediente geneticamente modificado, mas isso não está claro para a maioria da sociedade, devido a um erro de rotulagem.Para identificar esses tipos de alimentos existe uma rotulagem específica como direito do consumidor, o que muitas vezes não acontece. Mas será que aplicar essa rotulagem é o necessário ? Esses alimentos são seguros e sua venda deve ser assim liberada? Quais os pontos negativos e positivos?



Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGM’s), são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza. A engenharia genética foi uma ferramenta aproveitada pelos produtores de agroquímicos afim de transformar sementes e plantas, utilizadas por grandes agricultores, geneticamente resistentes aos agrotóxicos ou ate mesmo esses vegetais tem poder inceticida.
Porém, este recurso é um caminho muito perigoso, pois as lavouras que utilizam dessas sementes transgênicas podem causar diversos problemas para o ambiente e para a saúde dos consumidores dos produtos produzidos a partir dessas sementes e plantas.


Vantagens e Desvantagens

Os benefícios prometidos pela engenharia genética na  produção de alimentos GM são de grande importância para o aumento da produtividade, redução nos custos de produção, produção de plantas resistentes a vírus e pragas e, também, a produção de alimentos com melhor qualidade através da inserção de genes de interesse nutricionais.
Entretanto, existem muitos riscos em  relação aos organismos  transgênicos, segundo vários cientistas. Eles podem esterilizar o solo; provocar o aparecimento de doenças neurológicas ; despertar viroses adormecidas; disseminar a resistência a antibióticos; ativar genes que não deveriam ser ativados e vice-versa ; produzir por polinização cruzada o aparecimento de plantas daninhas resistentes aos herbicidas; ameaçar a biodiversidade; promover o aparecimento o aparecimento de super-doencas e de super-pragas.


Transgênicos nas prateleiras dos Supermercados brasileiros

Testes feitos em laboratórios europeus verificaram a presença de transgênicos em lotes de produtos vendidos no Brasil.
Tomaremos como exemplo aqui a batata Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contendo milho Bt 176 da Novartis. O milho Bt é o milho geneticamente modificado, no qual foram introduzidos genes específicos de Bacillus thuringiensis que levam à produção de proteínas tóxicas a determinadas ordens de insetos considerados pragas (insetos que causam danos econômicos) para a cultura.

Ao observar o rótulo do produto Pringles, não ve-se em lugar algum dizendo que o milho transgênico faz parte dos seus ingredientes de composição. Pode ser que a presença desse milho foi apenas encontrada nos lotes pesquisados na Europa, e que não é de fato componente do produto. Porém como controlar se cada lote vai ter a presença ou não de alimentos transgênicos? E se for componente de fato, como o consumidor pode identificar que se trata de um alimento geneticamente modificado ? O segredo de tudo está na rotulagem desses alimentos.


Rotulagem de alimentos transgênicos no Brasil

A rotulagem de produtos transgênicos é um direito básico dos consumidores, pois todos nós temos o pleno direito de saber o que consumimos e conforme se aumenta a produção desses alimentos é fundamental a distinção dos que foram geneticamente modificados e os que não.
A legislação para a rotulagem de alimentos permite limites de OGM’s e em cada país temos diferentes tipos de limites estabelecidos. Nos EUA, a FDA não exige nenhuma rotulagem específica, pois eles defendem que estes alimentos são substancialmente equivalents aos seus análogos convencionais.


Já no Brasil,  a partir do decreto 4.680, de 24 de abril de 2003, estabelece que qualquer alimento (embalado, a granel ou in natura) que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM’s com presença acima  do limite de 1% do produto, deverão ser rotulados e o consumidor deverá ser informado sobre a espécie doadora do gene no local reservado para a identificação de ingredientes. O decreto também estabelece que os alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com ração contendo ingredientes transgênicos deverão ser rotulados com a seguinte expressão: “(nome do animal) alimentado com ração contendo ingrediente transgênico” ou “(nome do ingrediente) produzido a partir de animal alimentado com ração contendo ingrediente transgênico”. Estabelece ainda que as expressões “pode conter soja transgênica” e “pode conter ingrediente produzido a partir de soja transgênica” deverão constar do rótulo, independentemente do percentual da presença de soja transgênica, exceto se a soja ou ingrediente a partir dela produzido seja oriundo de região excluída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do regime da MP N 113, de 26 de marco de 2003, ou de produtores e fornecedores de soja que obtenham a certificação estabelecida por essa mesma MP. Além destas informações, produtos transgênicos também devem conter em seu rótulo um selo amarelo, em forma de triangulo, com a letra T, conforme a figura acima.
Observando o rótulo do produto em questão (Pringles Original) não encontramos nenhuma dessas informações.


Garantia da Segurança 

É importante ressaltar que todas as etapas de desenvolvimento de um OGM, desde a obtenção da planta geneticamente modificada até os testes com animais, quando efetuados em território nacional, devem ser realizados em estabelecimento que possuam o CQB (Certificado de Qualidade em Biosseguranca) e o CIBio (Comitê Interno de Biosseguranca), estabelecidos pela Instrução Normativa n 1 da CTNBio(Comissão Técnica Nacional de Biosseguranca). O Brasil já é um dos países mais rigorosos em relação a avaliação das plantas transgênicas e seus derivados, garantindo a segurança alimentar, antes mesmo que possam ser cultivados, comercializados ou importandos. Ou seja, será necessário todo um procedimento de pesquisa desses produtos para que sejam liberados para o consumo sem que sejam ameaça para a saúde do consumidor ou para o ambiente envolvido.
E para que esse equilíbrio permaneça, organizações como o Greenpeace acreditam que, como solução, deve haver a proibição de aprovações de novas culturas transgênicas, em especial aquelas que são a base da alimentação de nossa população, a rotulagem adequada para conhecimento do consumidor por direito e, principalmente, que haja fiscalização e cuidado para que não haja contaminação na cadeia de toda produção.

Dessa forma todos saem beneficiados, principalmente nós consumidores, que saberemos o que estamos realmente consumidos, quando compramos até uma simples batata frita.




Referências:

http://www.agrosoft.org.br/agropag/99927.htm Acesso em 29 de Junho de 2012

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