Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 19 de junho de 2011

Extrato de Alecrim: Antioxidante natural e promissor para ALIMENTOS



Recentemente foi adicionada a lista de aditivos orgânicos da UE o extrato alcoólico de alecrim (Rosamarinus officinalis). Ele tem como constituinte principal o ácido carnósico, que possui uma atividade antioxidante superior em óleos vegetais comestíveis ricos em ácido linoléico, numa concentração menor que a dos compostos utilizados atualmente, como BHA E BHT.
Alternativas saudáveis vêm sendo evocadas pelos mais variados setores da sociedade, devido à exposição diária a uma sorte de produtos potencialmente tóxicos como os antioxidantes sintéticos citados no parágrafo anterior.
Em meio a esse cenário mundial podemos fazer a seguinte pergunta: Por que demoramos tanto a perceber que nossa maior fonte de antioxidantes está no nosso jardim?

domingo, 12 de junho de 2011

União Light: usar metade da quantidade é ser light?



Com a frase “União Light: É light. Pode acreditar.”, a União lança mais um produto que chama a atenção do consumidor. “Sabor igual ao açúcar com metade das calorias e o dobro do rendimento.” Será que esse açúcar realmente possui a metade das calorias que o açúcar tradicional? Será mesmo ele light? O segredo deste açúcar não está na redução de calorias e sim, em seu rendimento. Quer saber o segredo deste produto? Então,

A controvérsia da gordura interesterificada


Há não mais que cinco anos, a FDA (órgão governamental norte-americano que faz o controle dos alimentos, medicamentos entre outros itens), decidiu que produtos contendo gordura trans deveriam apresentar em seus rótulos as quantidades da substância, devido à sua correlação com o aumento do risco de doenças coronárias, entre outras patologias. Não muito tempo depois, produtos “0% de gordura trans” viraram uma tendência no mercado. E para atender a essa exigência do consumidor, mantendo as características do produto, os fabricantes passaram a utilizar uma gordura proveniente de um processo chamado interesterificação, que, assim como a gordura hidrogenada,também aumenta o tempo de prateleira, altera o sabor e textura dos alimentos. Esta gordura está presente nos mais diversos produtos, como margarinas, biscoitos, entre outros. Entretanto, estudos relacionaram o consumo desta gordura com o aumento dos níveis de glicose, assim como alterações no metabolismo lipídico, quando comparado à ingestão da gordura saturada natural.
A Becel se apresenta no mercado como um produto “recomendado para quem deseja controlar os níveis de colesterol e faz uma dieta de baixas calorias”, alegando que 52% dos lipídeos presentes são poliinsaturados, além de ser complementada com vitaminas. Porém, como substituinte da gordura trans, a gordura interesterificada está presente com o principal objetivo de fornecer uma consistência adequada da margarina.
No entanto, estes dados recentes levantam a pergunta: o quão mais benéfica seria a gordura interesterificada quando comparada à gordura trans? Será que essa substituição realmente significa uma vantagem?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bromatologia em Saúde: Resíduo de Hexano em Óleo de Arroz: Quais os risco...




O óleo de cozinha e de outros produtos alimentícios pode ser produzido a partir de soja, amendoim, arroz, gérmen de milho, entre outros. Tradicionalmente, para se extrair o óleo de sementes vegetais empregam-se extrações com solventes orgânicos ou por prensagem das sementes. A extração do óleo de arroz da Irgovel é realizada utilizando o solvente hexano. Este solvente derivado do petróleo, ainda é o solvente mais empregado na extração de óleos vegetais. A freqüente exposição humana ao hexano pode causar irritação do trato respiratório, dor de cabeça, náuseas, sonolência, vertigens, pertubações visuais e auditivas. Os efeitos tóxicos do hexano estão relacionados principalmente ao seu metabólito 2,5-hexanodiona, produzido através da oxidação do hexano pelas enzimas hepáticas. O consumidor precisa ter consciência destes fatores e saber: Quanto de resíduo de hexano permanece no óleo? Quais são os riscos das concentrações expostas por esse produto em curto e longo prazo? Existem regulamentação e fiscalização das indústrias responsáveis? Por que o hexano é a opção, por ser barato e não por ser seguro?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Salgadinhos: deliciosos ou perigosos? Os riscos do glutamato monossódico.



Atualmente o glutamato monossódico (GMS) é amplamente utilizado na indústria de alimentos como realçador de sabor. Segundo órgãos regulatórios como o FDA e a ANVISA, este está classificado como um aditivo seguro e por isso não possui um limite máximo regulamentado. O limite ficaria a critério da indústria de acordo com a intensidade de sabor que esta deseja adicionar ao produto. Porém estudos epidemiológicos correlacionam o consumo de GMS a diversos quadros patológicos como o Mal de Alzheimer, a doença de Huntington e também a chamada obesidade hipotalâmica.

Por Camilla Pimenta e Diogo Sales

sábado, 4 de junho de 2011

Sucralose. Consumir sem restrições?


Sem açúcar, com afeto: segundo a empresa Línea, o adoçante sucralose é o único adoçante artificial que pode ser utilizado sem restrições. Mas, sem restrições? E o que podemos dizer sobre o que seria, segundo a mesma empresa, tido como "escolha certa" para o uso de adoçantes sendo a sucralose um “primo” químico dos defensivos agrícolas, pesticidas e outros agrotóxicos? Isso poderia ter sérios riscos do ponto de vista toxicológico para ser dito que pode ser consumido “sem restrições”? E porquê teria, já que se trata de um "inofensivo" derivado do açúcar que adoçamos todos os dias os nossos cafezinhos?

Por Diego Lopes e Adrian Sena, 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uso de aceleradores do crescimento em alimentos: O curioso caso das melancias explosivas





No mês de maio deste ano fomos surpreendidos com uma curiosa notícia: “Uso de produtos químicos gera melancias explosivas na China”, alerta o título do Jornal Eletrônico do Estadão. A suspeita quando mais da metade das plantações de melancia no leste do país simplesmente explodiram foi o uso de um acelerador de crescimento conhecido como forclorfenurão. Embora a prática seja comum, a inexperiência de “novos” agricultores acrescida ao uso em concentrações absurdas da substância podem ter causado o fenômeno. Esse caso anormal nos permite questionar sobre o uso de hormônios e aceleradores de crescimento nos alimentos que ingerimos. Afinal, se essas substâncias são capazes de explodir melancias, o que será que não podem fazer no nosso organismo?!




Por: Laizes Johanson e Talita Stelling de Araújo

Corantes : Cores do mal ?



Considera-se corante a substância ou a mistura de substâncias que possuem a propriedade de conferir ou intensificar a coloração de alimento (e bebida).
Corantes são largamente usados em alimentos infantis afim de torná-los mais atrativos, mais bonitos. Cereais muitas vezes contém não só um, mas muitos deles. Os ditos artificiais são os comprovadamente mais prejudiciais podendo levar à hiperatividade, alergias e muitos outros problemas. Fez-se uma análise dos corantes utilizados em um cereal infantil e encontrou-se corantes naturais (cúrcuma e beta-caroteno, corantes artificiais: amarelo crepúsculo (INS 110); vermelho 40 (INS 129) e azul brilhante (INS 133). Muitos não? Que os corantes são usados largamente em produtos indutrializados todos já sabem mas e os malefícios? Aqueles que não são ditos nem mostrados no rótulos? Você já conhece?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Miojo Turma da Mônica: “saboloso” e vitaminado

                           
     Com a correria do dia-a-dia, o tempo para o preparo das refeições torna-se cada vez mais reduzido e somos tentados a usar “produtos instantâneos” em nossa dieta. Uma das opções encontradas é o miojo, um tipo de macarrão que pode ser preparado e temperado em apenas três minutos em água fervente.
     Além da praticidade no preparo, o miojo Turma da Mônica da Nissin® destaca-se por utilizar, como estratégias de marketing em sua embalagem, a informação de um alimento fonte de vitaminas e desenhos da Turma da Mônica, tornando este produto um atrativo tanto para o público adulto quanto infantil.
     Contudo, este produto é realmente fonte de vitaminas? E será que há diferenças nutricionais entre o miojo e o macarrão tradicional?

POWER: uma traquinagem da Trakinas?







Um fato marcante da evolução do padrão alimentar nas últimas décadas é a maior participação de alimentos industrializados na dieta familiar brasileira, ricos em açúcares e gorduras, em detrimento dos alimentos básicos, fontes de carboidratos complexos e fibras alimentares. O aumento da oferta desses alimentos influencia principalmente os padrões alimentares da população infantil incluindo maus hábitos alimentares que estão associados a diversos prejuízos à saúde, entre eles a obesidade que juntamente com alterações metabólicas, como a dislipidemia, a hipertensão arterial e a intolerância a glicose podem causar danos irreparáveis, como o desenvolvimento da Diabetes mielito tipo 2.
Vários fatores são importantes na gênese da obesidade, como os genéticos, os fisiológicos, os metabólicos e os ambientais. O aumento de alimentos ricos em açúcares simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercícios físicos, são os principais fatores associados ao meio ambiente.
Os biscoitos recheados são altamente ricos em açúcares e gordura e o consumo de apenas dois biscoitos significa a ingestão de 10% da dose diária recomendada de gordura saturada. Por ser um alimento voltado para o público infantil, a quantidade é excessiva, porém não deixam de fazer parte da dieta de uma criança.
Os pais preocupados com a alimentação de seus filhos buscam sempre acrescentar fontes de vitaminas e minerais na dieta das crianças. E uma vez sendo muito difícil fazer com que crianças comam verduras e legumes, os alimentos enriquecidos e os suplementos alimentares tornam-se uma ferramenta muito utilizada.
Sendo assim, será que os chamados alimentos enriquecidos, como por exemplo, o biscoito Trakinas, que possui em seu rótulo a alegação: ”energia, vitaminas e cálcio para brincar”, não estimularia o seu consumo, muitas vezes até excessivo?

Eu mandei avisar. Se você não leu, sinto muito...




A rotulagem dos alimentos é fundamental no âmbito do controle sanitário, a partir dessa premissa, alguns alimentos estão submetidos à regulamentações específicas por serem considerados “especiais”.

Alimentos para fins especiais, alimentos que apresentem declarações nutricionais (“claims”) e alimentos adicionados de nutrientes essenciais, devem apresentar obrigatoriamente informação nutricional complementar. Já alimentos que são comercializados em forma de cápsulas, comprimidos ou outras fórmulas farmacêuticas devem veicular em seus rótulos informações quanto às suas propriedades funcionais.

Contudo, muitas vezes essas informações são contraditórias e não são expostas de forma clara. E mesmo dessa forma estes produtos vão parar nas mãos dos consumidores, nos permitindo questionar: qual o papel das Agências Regulatórias na rotulagem e no controle sanitário de alimentos?

Coca-Cola Light Plus: uma nova tendência?


Há pouco mais de um ano foi lançada esta nova Coca-Cola Light, que agora é Plus. O Plus refere-se à adição de alguns nutrientes essenciais que são a Vitamina B3, B6, B12, além dos minerais Magnésio e Zinco. Tal produto representa uma estratégia de abordar o público "consciente" de adquirir um refrigerante que contribua com suas necessidades diárias de algumas vitaminas e sais minerais. Mas será que é vantajoso adquirir ingredientes essenciais em um refrigerante?

Como consta na tabela de informações nutricionais, uma lata da Coca-Cola Light Plus supre 23% das necessidades diárias de magnésio, zinco e das vitaminas B3, B6 e B12. Para se denominar “fonte” de vitaminas e minerais, uma bebida deve ter no mínimo de 7,5% da IDR (Ingestão Diária Recomendada) de referência por cada 100mL, segundo Portaria SVS/MS nº.31 de 13 de janeiro de 1998.

Mesmo assim, não deixa de ser refrigerante, sem açúcar, mas com outras substâncias que podem ser danosas ao organismo quando consumidas em excesso. Até que ponto esse consumo é saudável e quais as suas implicações?


Termogênicos: seu coração em risco?




A obesidade é uma doença que acomete pelo menos 10% da população mundial (dados de 2008). Segundo o IBGE, aproximadamente metade da população brasileira acima de 20 anos está acima do peso. Esta doença tornou-se um sério caso de saúde pública, uma vez que o excesso de peso está relacionado com o desenvolvimento de outras doenças crônicas como distúrbios cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, osteoartrite, além de doenças psicossomáticas como depressão.

Diante dessa realidade, muitos tipos de produtos são lançados com a promessa da redução de peso sem esforço e com saúde. Dentre eles, destacam-se os suplementos termogênicos, que surgiram no mercado com a promessa de "queimar" a gordura através da promoção do aumento da temperatura corporal e alterações metabólicas. Para isso utilizam em sua formulação, por exemplo, fitoterápicos ricos em cafeína e substâncias com ação agonista adrenérgica comprovada. Sabe-se que estas substâncias podem aumentar, dentre outras, o risco de complicações cardiovasculares quando seu uso é indiscriminado, porém os produtos não informam suas concentrações no rótulo.

Diante do fato de que estes suplementos são livremente vendidos em drogarias e websites especializados, surgem alguns questionamentos: seriam os termogênicos seguros e benéficos para o uso, especialmente quando seu público alvo é composto, majoritariamente, de obesos ou sobrepesados? Não seria a hora de um controle mais rigoroso, por parte das agências regulatórias, da venda deste tipo de suplemento?

Barra de cereais: até que ponto ela pode ser sua aliada?

        As barras de cereais são fonte de fibras, de energia (carboidratos), de proteínas, de gorduras entre outros nutrientes. Surgiram, inicialmente, como fonte rápida de energia para praticantes de atividade física, e, a cada dia que passa estão ganhando mais espaço nas prateleiras dos supermecados. Essa nova ‘’moda’’ está atingindo também o dia- a- dia de crianças, idosos, e não praticantes de exercícios físicos. Então, pode-se dizer que é um alimento que se adaptou muito bem à correria da vida moderna, por ser prático e saboroso. No entanto, é preciso ter cuidados, assim como qualquer outra fonte de energia, as barras de cereais devem ser consumidas com moderação e jamais para substituir refeições. Devido a esses fatos vários questionamentos devem ser feitos: até que ponto os nutrientes presentes nessas barras trazem benefícios? Existe alguma restrição? As barras são todas iguais?